Crónicas do Engenheiro Maluco por Tartes de Framboesa e Lego: Introdução

Objectivo:

Disponibilizar uma plataforma para que crianças de todas as idades se divertam enquanto desenvolvem aptidões nas áreas da Ciência e Engenharia (sobretudo Robótica).

Os blocos Lego não são apenas um brinquedo, são excelentes ferramentas pedagógicas. E além dos blocos básicos, com os quais já se pode construir quase tudo que vier à imaginação, os conjuntos Technic, Power Functions e Mindstorms permitem-nos acrescentar movimento e autonomia às nossas criações.

Nos Estados Unidos (e não só) existem várias organizações que pretendem incutir nas crianças e adolescentes o gosto pelas ciências (STEM – science, technology, engineering and mathematics). Muitas delas fazem-no justamente com Lego:

Dentro do mesmo espírito mas limitado apenas ao ramo das ciências da computação, dois projectos captaram muito recentemente a minha atenção:

A Raspberry Pi Foundation surgiu da preocupação de quatro docentes do Computer Laboratory na University of Cambridge com a falta de preparação dos candidatos a cursos de ciências da computação no Reino Unido. Decidiram por isso difundir entre o público juvenil a versão moderna dos micro-computadores baratos e fáceis de programar que abundaram nos anos 80/90 (a ideia parece-me pertinente já que eu tive um ZX Spectrum 128 aos 14 anos e vejam no que deu).

Tal como no Spectrum havia uma ligação muito directa à linguagem Basic, a Raspberry Pi Foundation decidiu apostar na linguagem Python (daí o Pi que surge no nome) e ainda na linguagem Scratch desenvolvida no Lifelong Kindergarten Group do Media Lab (MIT, Massachussets Institute of Technology) especificamente para estudantes dos 8 aos 16. Esta última é uma linguagem visual que permite desenvolver programas ou animações sem ser necessário escrever código, bastando apenas juntar blocos (como no Lego) e ajustá-los às nossas necessidades.

Como o Media Lab autoriza e até incentiva o desenvolvimento de extensões ao Scratch surgiram muitos outros projectos dele derivados, incluindo alguns que permitem interagir com blocos Lego Mindstorms como o Enchanting do Southern Alberta Robotics Enthusiasts e o Snap! (anteriormente chamado BYOB – Bring Your Own Blocks) da University of California em Berkeley.

Juntando tudo (Snap! + Raspberry Pi + algumas peças Lego Technic e Mindstorms) podemos criar pequenos robots relativamente fáceis de programar, sem o preço nem o peso de um computador portátil nem a complexidade de um microcontrolador dedicado (como um PIC ou um ARM, apesar de neste campo projectos como o Arduíno terem permitido diminuir significativamente a componente complexidade).

Depois é só dar asas à criativade e ao engenho dos engenheiros e cientistas de todas as idades que possam pegar nisto.

Eu quero ser um cliente Microsoft

Bom dia.

Sei que vai parecer estranho mas gostava de ser um cliente Microsoft. Sim, é verdade, eu QUERO comprar um produto Microsoft. Mas não consigo.

Eu querer, querer, não quero. O meu dinheiro é curto e o Governo este ano não ajudou em nada a melhorar a situação. Mas preciso. Ou melhor, precisa a minha mãe. Estão a ver, comprei-lhe um portátil com Microsoft Windows 7 instalado (uma versão legítima, note-se bem). Para poder frequentar um daqueles cursos para a terceira idade onde ensinam a navegar na Net, criar uns slides e enviar uns mails. A Junta de Freguesia de Massamá patrocina este curso mas pelos vistos não há computadores capazes que cheguem e por isso a minha mãe pediu-me um e assim o fiz.

Mas entretanto a formadora pediu à minha mãe para me pedir para instalar o Office. Claro, o Microsoft Office… entre formadores parece não haver mais nenhum.

Perguntarão vocês porquê a mim, mas percebe-se, não dei direitos de administração à minha mãe no computador dela (tão malucos? é um sistema operativo Microsoft!) e mesmo que lhe desse ela não sabe sacar pirataria (não é que a minha mãe seja ou sequer pudesse ser pirata, estamos meramente a falar em sentido figurado).

Eu, pelo meu lado, sou um bom cidadão e por isso é que preciso de comprar o Office para a minha mãe. Ainda pensei contornar a questão com o LibreOffice mas lembrei-me que passei pelo mesmo com o meu pai, ele andava sempre a perguntar-me porque é que os ícones e os botões e os menus e as barras não eram iguais aos do formador e nunca consegui explicar-lhe que mais do que decorar ícones e botões e menus e barras uma boa formação consistia em aprender a trabalhar com processadores de texto, folhas de cálculo e slide shows seja de que fabricante for… mas não resultou e acabei na altura por lhe comprar o Microsoft Office 2007 Casa e Estudantes por €99

Uma coisa boa do produto é permitir instalar em 3 computadores do ambiente doméstico sem questionar muito que raio é um ambiente doméstico por isso instalei no PC do meu pai, no portátil da minha irmã e no portátil da minha esposa. No meu não claro, que é Linux e mesmo que fosse Windows já disse que me desenrasco com o LibreOffice.

Mas agora que a minha mãe também tem portátil preciso de comprar mais um pacote igual… só que não encontro. Em todas as lojas que vou só encontro o Microsoft Office 2010 Casa e Estudantes por €79 mas numa versão sem DVD, apenas uma licença e muito bem explicado que só permite a instalação num equipamento, se quisermos em 3 temos de comprar o pacote com DVD… mas onde, pelo amor de Deus, onde???

Ah e porque raio a professora precisa do Office? Porque tem uma coisa chamada Picture Manager que é a única coisa que a desgraçada sabe usar para editar fotos!!! Eu podia instalar o Gimp mas depois ia ter de ouvir que os ícones, botões, barras e menus não eram iguais…