DIY: Power Adapter para NXT/EV3

As experiências com o ev3dev saíram-me caras em pilhas. Como a porta USB é 1.1 e o processador é cerca de 4x mais lento que o do Raspberry Pi, uma operação simples de actualização como

apt-get update
apt-get dist-upgrade

pode demorar uma hora (a primeira vez demorou bem mais, tantos foram os pacotes actualizados). E mesmo com as melhores pilhas já é uma sorte se conseguir que durem 4 horas.

O Philo (Philippe “Philo”Hurbain) tem no seu site duas soluções diferentes:

A primeira solução, mais “limpa”, consiste em refazer uma tampa para o brick Mindstorms com uma ficha para um regulador DC externo. A segunda solução, mais fácil, consiste em criar duas pilhas falsas por onde se estabelece a ligação ao regulador DC externo.

Optei por fazer algo semelhante às pilhas falsas mas sem enveredar pelo método do Philo de destruir uma pilha para aproveitar os contactos (demasiados químicos envolvidos e poucas ferramentas disponíveis). Além disso uma outra pesquisa fez-me concluir poder subsitituir uma das pilha falsas por uma simples garra:

Dexter Industries User Manual Wiki: dSolar
Dexter Industries User Manual Wiki: dSolar

O Philo usa um bastão de cola (para pistolas de colagem a quente) mas eu preferi usar do Polymorph que tenho à disposição. E depois de uma expedição de reconhecimento a um armazém chinês optei por usar um rebite para o contacto positivo da pilha (€0,75 um pacote de 6). Uma ficha para o regulador DC, uma garra e fio eléctrico completam a lista de material:

Com um alicate puxei para fora a cabeça do rebite:

Montei a cabeça ao contrário, ligeiramente saída:

Soldei a cabeça em ambos os extremos e dobrei o rebite:

Depois envolvi o rebite em Polyflex moldando mais ou menos da dimensão de uma pilha e tendo o cuidado de não tapar a cabeça do rebite que fará de contacto:

Depois foi só soldar os fios e a garra (falta isolar com fita isoladora ou manga termoretráctil, fica para depois)

Antes de arriscar queimar um Mindstorms testei o funcionamento «em vazio» com um regulador DC da Hama comprado na Mediamarkt:

É um valor um pouco baixo (6 pilhas AA em vazio fornecem entre 9.0 e 10.0 Volt) mas ainda assim superior aos 7.2 V de uma bateria Li-Ion. Talvez o EV3 aceite o valor acima do regulador (12.0 V) mas é um risco parvo que não vou correr [talvez mais tarde, com 3 díodos em série para abater 2.1 V como fiz na caixa de música LEGO]

A pilha falsa encaixa bem, assim como a garra:

Agora é só ligar:

It works!

Estas e algumas fotos mais no meu espaço Brickshelf.

O meu próprio Media Center – parte 1

This post is part 1 of 2 of  O meu próprio Media Center

Parte 1 – Enquadramento

Começa a formar-se uma tradição familiar: a cada novo filho um novo Media Center.

Da primeira vez a ideia inicial foi aproveitar spares para implementar uma forma da cara metade (em licença maternal) poder ver durante o dia os episódios do House que na altura passavam a horas aberrantes.

Cá em casa spares é coisa que nunca faltam, ainda restava qualquer coisa de uns anos antes quando ao ir morar sozinho optei por por não comprar TV e sim usar o computador principal como misto de posto de trabalho e consola de jogos (uma placa receptora de TV da Hauppauge, um sistema de som surround Cambridge, um monitor CRT de 19″). Só que já na altura estes não eram novos e eu não pretendia gastar dinheiro por isso… como já tinha começado a dar uns passos com o Ubuntu descobri uma versão mais leve deste que integrava o MythTV (um projecto open source que implementa uma solução completa de Media Center): o Mythbuntu.

Depois de algumas afinadelas iniciais (sobretudo no sentido de baixar o ruído de funcionamento e melhorar o aspecto externo para poder passar despercebido na sala de estar, trocando o CRT de 19″ pela TV LCD de 32″ oferta de casamento) teve grande sucesso por permitir fugir aos anúncios: podiamos por exemplo começar a ver um telejornal 20 minutos depois do início da emissão e acabar de vê-lo em real time tendo saltado toda a publicidade e lavagem cerebral. Passados quase 5 anos ainda nos rimos quando vemos os prestadores de televisão terrestre anunciarem como novas as funcionalidades que usamos há tanto tempo.

Sim, temos apenas 4 canais… mas para o que precisamos chega e sobra e não encontramos nos canais terrestres qualidade/oferta suficientes que justifiquem subscrever o serviço, ainda mais quando os únicos operadores que se dignam cablar até à nossa porta estão na minha lista negra (e o ADSL que também temos não permite IPTV por imposição de um desses operadores, tal é a livre concorrência neste país)

A configuração foi sofrendo alguns upgrades e ajustes até que Portugal entrou na era da TDT e eu me apercebi que tinha cerca de 2 anos até ser desligado o sinal analógico de TV. Como a TV entretanto avariara e já não valia a pena reparar (a experiência de TV através do Media Center era tão ou mais satifastória exceptuando o futebol em que víamos os golos 10 segundos depois do vizinho de cima ter gritado) ficámos com 2 opções: comprar uma nova TV que já permitisse TDT ou adicionar uma placa DVB-T ao Media Center. Na altura as televisões inteligentes ainda estavam a despontar, com preços ainda muito elevados e com normas ainda muito mal definidas por isso foi a placa.

Como o processador e a placa gráfica não tinham capacidade para exibir a alta definição da TDT [que mais tarde vim a descobrir ser apenas marketing já que as emissões TDT em Portugal são de 720p e não de 1080p, talvez o operador de TDT vender também serviços terrestres e o Estado não estar para se chatear tenha algo a ver com isso] foi necessário nesta segunda encarnação do Media Center passar a ter dois sistemas: um Frontend na sala, pequeno e praticamente silencioso, somente para visualização ou audição e um Backend mais volumoso, num quarto vazio, para recepção do sinal TDT e armazenamento dos ficheiros.

Passada a reacção «há cabos pela casa toda!!!» repetiu-se o sucesso da primeira versão, agora com o pequenote a dominar também o conceito de «pausar» os desenhos animados.

Entretanto as televisões inteligentes baixaram de preço e aproveitei a licença parental para substituir a TV avariada – sai um LCD de 32″ [e 20 kg!] por um LED de 40″ bem mais leve e ocupando o mesmo espaço.

Só que a placa gráfica do Frontend [e tudo o resto cá em casa excepto os laptops] não permite ligação digital e a motherboard não permitia adicionar nenhuma placa gráfica moderna por isso foi necessário actualizar o Frontend. E uma vez que o novo sistema vem com bastante mais recursos, voltamos a ter ambas as funcionalides (Frontend e Backend) num só sistema.

Nos próximos artigos explico como configurar um Media Center que permite tirar partido das funcionalidades de uma SmartTV.