Adquiri um módulo USB-RLY16 que permite comandar 8 relés através de uma porta USB. A ideia original é controlar as minifiguras LEGO em palco pelo que com 8 relés poderei controlar 4 micromotores LEGO de forma independente e em ambos os sentidos (os Xutos&Pontapés são 5 pelo que 2 deles terão de partilhar o mesmo motor ou terei de arranjar outra forma para controlar um quinto motor).
O módulo é baseado num circuito FT232RL que emula uma porta série através da ligação USB. Em Linux o suporte a este tipo de devices já vem incluído no kernel sendo associado um device do tipo ‘/dev/ttyUSBn’. No meu PC com Ubuntu 14.04 funcionou à primeira, tal como no EV3 com ev3dev e estou 100% convencido que com Raspberry Pi e Raspbian acontecerá o mesmo.
São necessárias duas alimentações: uma para o accionamento dos relés e outra (ou outras) para os circuitos controlados pelos relés. Teoricamente podem ser as mesmas mas optei por separá-las:
uma pilha PP3 com ficha de 2.1mm para o accionamento dos relés
uma pilha PP3 em caixa LEGO para os motores
Nota: a pseudo-documentação afirma serem necessários pelo menos 12V/500 mA para o accionamento dos relés mas dei-me bem com os 9V de uma pilha alcalina PP3.
Ligando ao EV3:
$ dmesg
(...)
usb 1-1.4: new full-speed USB device number 6 using ohci
usbcore: registered new interface driver usbserial
usbcore: registered new interface driver ftdi_sio
usbserial: USB Serial support registered for FTDI USB Serial Device
ftdi_sio 1-1.4:1.0: FTDI USB Serial Device converter detected
usb 1-1.4: Detected FT232RL
usb 1-1.4: Number of endpoints 2
usb 1-1.4: Endpoint 1 MaxPacketSize 64
usb 1-1.4: Endpoint 2 MaxPacketSize 64
usb 1-1.4: Setting MaxPacketSize 64
usb 1-1.4: FTDI USB Serial Device converter now attached to ttyUSB0
Para comunicar com a placa é necessário configurar a porta série virtual (/dev/ttyUSB0) para comunicar a 19200 baud, 8 databits, 2 stop bits, sem paridade (19200 8N2) e sem hardware nem software handshaking. No Ubuntu usei o ‘puTTy’ mas como requer ambiente gráfico no ev3dev optei pelo ‘minicom’:
$ apt-get install minicom
O minicom tem um modo de setup:
$ minicom -s
depois de configurado (19200 8N2, no flow control) se carregarmos na tecla ‘d’ accionamos todos os relés e na tecla ‘n’ desactivamos todos (confirmem numa tabela ASCII que correspondem aos códigos decimais 100 e 110). Confirmado o funcionamento podemos sair (‘Control+A’ seguido de ‘Q’), a porta virtual permanece configurada até ao próximo reboot.
Podemos agora enviar comandos directamente da shell:
$ echo d > /dev/ttyUSB0
$ echo n > /dev/ttyUSB0
Em python podemos comunicar directamente com a porta virtual através da biblioteca pyserial (http://pyserial.sourceforge.net/):
$ apt-get install python-serial
import serial
from time import sleep
port = serial.Serial("/dev/ttyUSB0", baudrate=19200, bytesize=8, parity='N', stopbits=2, timeout=None, xonxoff=0, rtscts=0)
port.write("d");
sleep(1);
port.write("n");
sleep(1);
port.close()
O video acima corresponde ao script python abaixo:
import serial
from time import sleep
# da esquerda para a direita:
# motores A, B, C e D
#
# motor A e/f o/p
# motor B g/h q/r
# motor C i/j s/t
# motor D k/l u/v
#
def relays_all_off():
port.write("n");
def relays_all_on():
port.write("d");
### Motor A ###
def motor_A_Right():
port.write("ep");
def motor_A_Left():
port.write("of");
def motor_A_OFF():
port.write("op");
### Motor B ###
def motor_B_Right():
port.write("gr");
def motor_B_Left():
port.write("qh");
def motor_B_OFF():
port.write("qr");
### Motor C ###
def motor_C_Right():
port.write("it");
def motor_C_Left():
port.write("sj");
def motor_C_OFF():
port.write("st");
### Motor D ###
def motor_D_Right():
port.write("kv");
def motor_D_Left():
port.write("ul");
def motor_D_OFF():
port.write("uv");
port = serial.Serial("/dev/ttyUSB0", baudrate=19200, bytesize=8, parity='N', stopbits=2, timeout=None, xonxoff=0, rtscts=0)
motor_A_Left();
motor_B_Left();
motor_C_Left();
motor_D_Left();
sleep(1);
motor_A_OFF();
motor_B_OFF();
motor_C_OFF();
motor_D_OFF();
sleep(1);
motor_A_Right();
motor_B_Right();
motor_C_Right();
motor_D_Right();
sleep(1);
motor_A_OFF();
motor_B_OFF();
motor_C_OFF();
motor_D_OFF();
sleep(2);
motor_A_Left();
sleep(1);
motor_A_OFF();
sleep(1);
motor_B_Left();
sleep(1);
motor_B_OFF();
sleep(1);
motor_C_Left();
sleep(1);
motor_C_OFF();
sleep(1);
motor_D_Left();
sleep(1);
motor_D_OFF();
sleep(1);
port.close();
Esta caixa de música foi a minha prenda de aniversário para a minha marida:
A feliz proprietária abre uma pequena painel lateral para ligar a Caixa e enquanto esta «aquece» (≈25 s) levanta o painel superior, retira a «bailarina» do «guarda-jóias» e insere-a no local apropriado. Por essa altura já a Caixa está pronta para ser usada sendo ouvido um «tcham!» indicador de que já se pode carregar no botão dissimulado dentro do «guarda-jóias» para activar a música e a «bailarina».
No coração da montagem está um Raspberry Pi que lê o botão e acciona o motor enquanto toca uma música, armazenada em formato MP3. Opcional (mas útil) uma ligação Wi-Fi permite acesso remoto para controlo, despiste ou apenas actualização da música.
Componentes:
controlador: Raspberry Pi
módulo GPIO: PiFace Digital
cartão SD: de 4 GB ou mais
(opcional) adaptador micro-SD low profile
adaptador áudio USB
micro-altifalantes: 50 Ω
auscultadores velhos
adaptador Wi-Fi USB
extensão USB
bateria: LEGO Power Functions Rechargeable Battery Box (84599)
3 díodos 1N4001 ou semelhantes
motor: LEGO Power Functions Medium Motor (8883)
botão: LEGO Touch Sensor (879)
cabos eléctricos LEGO canibalizados
peças, muitas peças LEGO
O controlador: Raspberry Pi
Em abono da verdade, o Raspberry Pi deveria ser “model A” em vez de “model B” mas [ainda] não tenho nenhum. Como o “model A” não tem interface de rede e tem apenas metade da RAM (256 MB em vez de 512 MB) e metade das portas USB (1 em vez de 2) o consumo eléctrico é bastante menor (este artigo refere 115 mA contra 400 mA).
O módulo GPIO: PiFace Digital
O PiFace Digital também não é essencial – apenas utilizo uma entrada e uma saída pelo que é quase um desperdicio (o PiFace tem 8 saídas e 8 entradas e além disso 2 relés e 4 teclas). A grande vantagem é simplficar duas ligações sem ocupar muito espaço:
o motor LEGO é ligado directamente a uma das saídas (sem o PiFace teria de usar um transistor e uma resistência)
a bateria a LEGO é ligada directamente ao PiFace que por sua vez alimenta o Raspberry Pi (sem o PiFace teria de injectar a alimentação através da ligação micro-USB do Raspberry Pi e não tenho nenhum adaptador que o permita)
O cartão SD
O cartão SD de 4 GB permite instalar o sistema operativo Raspbian (uma versão de Debian adaptada para o Raspberry Pi com o qual me sinto confortável após vários anos com Ubuntu Linux). O ideal seria um cartão rápido para que o tempo de arranque da Caixa de Música fosse curto. Mas “rápido” é algo relativo e não notei grandes diferenças entre os vários cartões classe 4 e classe 10 (inclusive UHS-I) que experimentei.
O adaptador micro-SD
Uma opção (que foi encomendada mas infelizmente não chegou a tempo) seria um adaptador para formato micro-SD que quase não se prolonga para fora do slot do Raspberry Pi e permitiria ganhar alguns cm² de espaço útil na montagem da Caixa. Fica para uma próxima revisão.
O adaptador áudio USB e os micro-altifalantes
O adaptador áudio USB (semelhante a este mas sem cabo) foi fruto de várias tentativas-e-erros. O Raspberry Pi tem uma saída áudio (ficha standard para jack de 3,5 mm stereo) mas a impedância de saída é alta e o sinal muito fraco – essencialmente serve apenas para auscultadores ou eventualmente um amplificador aúdio. Além disso a fidelidade não é muito alta (salvo erro o sinal é gerado por PWM tendo mais ou menos 12 bit de resolução) mas ainda assim seria suficiente para o fim pretendido.
Infelizmente as primeiras experiências com micro-altifalantes de 8 Ω foram frustrantes, o volume era muito reduzido. Experimentei depois umas micro-colunas amplificadas (com alimentação USB) e o som era excelente… mas só quando alimentadas por uma ligação USB independente – quando alimentadas pelo Raspberry Pi captavam (e amplificavam!) interferências e o som tinha um ruído de fundo insuportável. Aparentemente o Raspberry Pi gera demasiado ruído eléctrico (no ar ou na massa) para poder utilizar um amplificador que partilhe a mesma alimentação. Talvez umas colunas semelhantes mas com ligação Bluetooth contornem o problema, um dia pode ser que experimente.
Entretanto encontrei uns micro-altifalantes de 50 Ω que sempre ofereciam um som um pouco mais alto mas ainda insatisfatório – apesar da melhor adaptação de impedâncias,o sinal é demasiado fraco. Por isso decidi experimentar um adaptador áudio USB que tinha algures na caixa de spares, ainda suficientemente pequeno para com algum jeito caber na caixa. Com os micro-altifalantes de 50 Ω o resultado foi finalmente satisfatório (com as colunas USB o resultado continuava a ser ruidoso, apesar de o perfil do ruído ser bastante diferente).
Os altifalantes não trazem nenhum cabo, Aproveitei uns auscultadores velhos (deu jeito terem um jack em cotovelo), cortei o cabo para não ficar tão longo, soldei as pontas aos altifalantes e reforcei a zona da soldadura com cola para evitar que algum gesto mais brusco arrancasse os cabos ou mesmo a solda. Colei também um tile redondo (4150) a cada altifalante para facilitar a fixação a outras peças LEGO (“Release the kragle!”).
O adaptador Wi-Fi USB
O adaptador Wi-Fi USB foi precioso na fase de desenvolvimento: em vez de ligar o Raspberry Pi a um monitor e a um teclado, configuro o sistema operativo para ligar-se à minha rede Wi-Fi e acedo remotamente por SSH (“PuTTY” para os que só usam Windows). No final deixa de ser necessário e se o remover até se poupam alguns mA de consumo mas preferi deixar ficar – se quiser alterar a música, mudar o programa ou acrescentar funcionalidades não preciso desmontar a Caixa para retirar o cartão SD (uma funcionalidade que me ocorre é usar como fonte de audio uma Internet Radio ou um Media Center doméstico em vez de um ficheiro local).
Convém um adaptador Wi-Fi de pequenas dimensões (mas que seja reconhecido pelo sistema operativo). O DWA-131 da D-Link é pequeno mas vem a caminho um ainda menor.
A extensão USB
A extensão USB surgiu devido ao tamanho escolhido para a Caixa que não permitia ter o adaptador áudio ligado directamente ao Raspberry Pi. Um cabo USB curto poderia fazer o mesmo efeito mas gostei da extensão, o enrolamento encaixou bem no espaço disponível e o cabo é bastante fino e flexível. Estou a considerar como alternativa um adaptador «em cotovelo» (ou mesmo dois, encadeados), logo se vê.
A bateria e os díodos
A bateria começou por não ser LEGO: queria que a Caixa se ligasse automaticamente quando a tampa fosse aberta por isso montei um pequeno microswitch junto à tampa, ligado (“N.O. – normally open”) a um pack de 4 pilhas AA com um díodo 1N4001 em série (as 4 pilhas AA, alcalinas, fornecem cerca de 6.0 V que o díodo reduz para cerca de 5.3). Infelizmente no dia do aniversário o microswitch partiu-se e apercebi-me que trocar as pilhas quando estivessem gastas ia ser complicado por isso decidi usar uma bateria LEGO Power Functions Li-Po (8878) que é compacta e permite ser recarregada. Só que como não consegui uma forma simples de accionar o botão desta com a abertura da Caixa acabei por fazer uma porta lateral, pequena e discreta, que dá acesso ao botão e à ficha para ligar o carregador externo.
Como a bateria 8878 fornece 7.4 V em vez de 6.0 V utilizei 3 díodos 1N4002 (era o que tinha, qualquer um da famíla server) em série para reduzir a tensão para cerca de 5.3 V. Cortei um cabo Power Functions a meio, aproveitei a metade com a ficha cinza-escura e descarnei os condutores exteriores – com um multímetro identifiquei o positivo (ao qual soldei os 3 díodos) e o negativo. Isolei o conjunto com adesivo isolador e liguei aos terminais de alimentação do PiFace Digital:
Nota: é possível dispensar os díodos e usar os condutores interiores em vez dos exteriores. Nesse caso, com o múltimetro, mede-se a tensão de saída enquanto com um eixo Technic se roda o «controlo de velocidade» laranja que vem na bateria até obtermos algo próximo dos 5.2 V. Mas é imperioso que NUNCA ninguém mexa nesse controlo pois valores superiores a 5.5 V ou negativos convertem o Raspberry Pi e o PiFace Digital num pisa-papéis original e caro.
O motor
O primeiro motor LEGO que utilizei foi um micromotor (2986), a minha preocupação nessa altura era apenas com o espaço disponível. A ligação aos terminais do PiFace Digital é feita com a ajuda de metade de um cabo eléctrico LEGO Technic (a outra metade também é aproveitada para ligar o botão) bastando descarnar as pontas e apertar os parafusos. Como as saídas do PiFace são Open Collector o micromotor não chega a receber sequer 5 V e por isso roda suficientemente devagar para dispensar engrenagens – coloquei a minifig que vai servir de «bailarina» directamente sobre o eixo. Mas o motor é barulhento e as formas trapalhonas que arranjei para o montar deixaram-me a pensar que se calhar não poupava assim tanto espaço quanto isso.
O segundo motor LEGO que utilizei foi um “M” (8883). Roda bastante mais rápido por isso foi necessário um par de engrenagens para reduzir 1:24 (fui buscar inspiração ao livro da No Starch Press “The LEGO Technic Idea Book: Simple Machines” do Mestre Yoshihito Isogawa). Ocupa mais espaço que a opção anterior mas apenas horizontalmente, lá consegui encaixar. Infelimente é também muito barulhento. A ligação é feita com metade de um cabo Power Functions, à semelhança do que foi feito com a bateria.
Já depois de montada a Caixa descobri no fórum Eurobricks que o motor era bastante menos ruidoso e lembrei-me que tinha 1 (um!) algures. A troca foi quase directa e confirma-se: é muito menos ruídoso, já não abafa a música.
Nota: estou a controlar o motor de uma forma muito simples: quando a música começa a tocar a porta de saída do PiFace que controla o motor é activada e só quando a música pára é que é desactivada. Se me esforçar um pouco na programação talvez consiga activar a porta apenas por períodos de 1 ms em cada 24 ms (controlo PWM) e nesse caso dispensar a engrenagem e provavelmente reduzir um pouco no ruído e no consumo eléctrico.
O botão
Finalmente o botão que controla a música e a «bailarina» consiste num sensor de toque da família Mindstorms RCX, ligado directamente a uma das portas de entrada do PiFace Digital por intermédio da outra metade de cabo eléctrico LEGO Technic que sobrou anteriormente.
As peças LEGO
Pois… foram muitas e ainda não as contabilizei. Mas quase todas pretas e algumas cinzentas. Porque «eu só uso preto… e às vezes cinzento mas muito escuro» (mentira… usei azuis também, para fixar os componentes não-LEGO – como estão por dentro ninguém vê).
A montagem
Começando de baixo:
A base
A base da Caixa é uma peça única, um brick 12×24 preto (30072). A toda a volta desta peça ergui paredes com a espessura de 1 stud – as paredes menores à custa de bricks lisos pretos porque vão ficar expostas, já as paredes maiores não precisam ser lisas nem sequer pretas porque vão ser revestidas cada uma com outro brick 12×24 também preto; optei por bricks Technic onde posso ligar pinos Technic (2780) para encaixar facilmente as paredes exteriores. Em alguns níveis utilizei cantos 2×2 (2357)
Coloquei o Raspberry Pi (já com o Piface Digital encaixado) e toda a parafernália não-LEGO associada por cima e sei peças azuis para fixar a posição destes dentro da Caixa.
Uma das paredes menores não é completamente sólida – é necessária uma abertura para acesso ao botão de ligar/desligar da bateria e à ficha onde encaixa o recarregador. Montei uma portinhola com um pequeno puxador.
Como o cartão SD sai ligeiramente mais que 2 studs para fora do Raspberry Pi (ainda não chegou o adaptador low profile) coloquei duas camadas de plates em torno deste para sustentar a bateria por cima do cartão.
O piso intermédio
Por cima da electrónica monto uma plataforma para sustentar a componente mecânica e simultâneamente servir de fundo ao «guarda-jóias» e dar firmeza à protilnhola:
Por cima da plataforma ergo mais paredes – as duas menores exteriores já completamente sólidas/lisas enquanto que as outras duas exteriores permancem Tecnhic e agora uma parede interior do «guarda-jóias» que aloja o botão de comando:
O telhado
Por cima das componentes mecânicas é montado um telhado revestido de tiles pretos, assim como o topo das paredes envolventes do «guarda-jóias»:
Este telhado tem 3 plates de espessura, sendo colocado um disco Technic 3×3 (2958) na camada intermédia, sem nenhum tile por cima nem e um plate Technic 2×8 (3738) por baixo de modo a ser atravessado por um eixo Technic sem deixar ver mais do que a abertura em cruz.
O revestimento das paredes laterais
Em dois níveis das paredes laterais coloquei pinos Technic para fixar os bricks 12×24:
Hoje penso que se tivesse mais bricks compridos pretos não-Tecnhic à disposição não valia a pena usar este revestimento…
A tampa
A tampa consistem em 3 tiles gigantes (90498) cinzentos sobre uma série de plates pretos que infelizmente não lhe dá nem solidez suficiente, tendo tendência a empenar:
A união entre a tampa e uma das paredes laterais é assegurada por 4 dobradiças (4315 + 4213). Não é lá muito sólido, quando tiver tempo copio o método utilizado na Caixa de Jóias LEGO Friends (set 40114).
A bailarina
Qualquer minifig serve mas a Pequena Sereia é especial para a minha marida. Basta um eixo Technic (4519) e um plate redondo com furo em cruz (4032) para completar:
Software
Fica para outro post, este já está MUITO longo.
O futuro
Para uma próxima oportunidade há já várias ideias de melhoramentos:
diminuir os ruídos mecânicos (menos engrenagens, controlo PWM)
aumentar a duração da bateria (Raspberry Pi model A, controlo PWM)
melhorar tampa e revestimentos laterais
[ideia do forum PLUG] rebater o tecto e substituir tiles por um cenário apropriado ou mesmo cenários substituíveis
programação, muita programação
Mais fotos de pormenor estão nesta pasta do Brickshelf e comentários ou sugestões podem ser feitos ou apenas acompanhados nesta thread do fórum da PLUG.
Com 2 sensores de toque (é o que tenho neste momento) e um motor ocorreu-me um elevador automático, capaz de desligar ou reverter o motor cada vez que a cabina atinja um dos extremos do percurso:
O elevador em si não é muito diferente do de elevador de Linda Hamilton e a ideia da sua utilização com um Raspberry Pi e um PiFace Digital também não é original (Reinoud de Lange recorreu a microswitches em vez de sensores LEGO).
O código (um loop infinito que desloca a cabina para cima e para baixo)
Faltava ainda um tipo qualquer de sensor para ter um sistema verdadeiramente autónomo por isso liguei um sensor de toque LEGO Mindstorms (ainda estilo RCX) a uma das entradas digitais PiFace.
O PiFace tem 8 entradas digitais com pull-ups internos (li algures que se podem desligar, deixando as entradas «flutuantes»). Como o sensor de toque RCX é um mero interruptor basta ligar um dos cabos a uma das entradas e o outro à massa. Com o sensor em repouso (interruptor aberto) a entrada do PiFace vai ler um “1” e quando ocorrer contacto (interruptor fechado) a entrada vai ficar ligada à massa e é lido um “0”.
É muito fácil acompanhar o estado do sensor, basta ler continuamente o estado da entrada. No script abixo usei a entrada #0 e acrescentei um atraso de 200 ms entre cada leitura para não inundar o terminal com mensagens “ON!” ou “OFF!”
Para a primeira aplicação prática montei o Roaring Lion do conjunto LEGO WeDo (as instruções de montagem deste e outros modelos simples estão disponiveis no site LEGO Education).
O leão é muito simples: fazendo rodar o motor num sentido ele levanta-se nas patas dianteiras, no outro sentido volta a deitar-se (como não há sensor de posição é necessário afinar os tempos à mão)
Numa primeira fase testei comandar o leão remotamente a partir de uma sessão SSH, criando para isso um script (lion.py) em python:
#!/usr/bin/python3
import sys
from time import sleep
import pifacedigitalio
DELAY_UP = 0.17 # o leão custa um pouco mais a subir
DELAY_DOWN = 0.14 # do que a descer
pifacedigital = pifacedigitalio.PiFaceDigital()
led7=pifacedigital.leds[7]
led6=pifacedigital.leds[6]
led7.turn_off()
led6.turn_off()
comando='.'
while(comando!="s"):
comando=input("Comando: ")
if (comando=="c"):
print("Para cima!")
led7.turn_on()
sleep(DELAY_UP)
led7.turn_off()
elif (comando=="b"):
print("Para baixo!")
led6.turn_on()
sleep(DELAY_DOWN)
led6.turn_off()
elif (comando=="s"):
print("Tchau!")
else:
print("?") # comando desconhecido
É necessário dar permissões de execução ao script:
sudo chmod u+x lion.py
Para correr, basta invocar directamente o script:
./lion.py
Os comandos são simples:
c – para cima
b – para baixo
s – para sair
Funciona bem mas seria bem melhor se o leão estivesse sempre à espera de um comando e pudessemos usar o rato em vez do teclado, por exemplo a partir de um browser.
Para isso precisamos de um servidor (daemon) http – poderia ter ido para o apache mas preferi ir à procura de um servidor http mais leve e encontrei o Monkey (no passado tive boas experiências com o lighttpd e existe também o nginx):
Começamos por adicionar o repositório para usar a versão directamente mais recente em vez da que vem do mundo Debian:
sudo nano /etc/apt/sources.list
e adicionar a linha
deb http://packages.monkey-project.com/primates_pi primates_pi main
(embora só seja, mesmo necessários o monkey e os módulos liana e cgi )
Para testar basta aceder por browser na porta 2001:
http://192.168.1.123:2001/
(o conteúdo desta página está ficamente em /usr/share/monkey/)
Para poder invocar scripts de python a partir de páginas html é necessário recorrer a CGI (penso que seria possível fastcgi mas esta não é de todo a minha especialidade).
Criei uma pasta só para armazenar os scripts que vão ser acedidos por browser:
sudo mkdir /usr/share/monkey/cgi-bin
É necessário configurar o monkey para carregar o módulo CGI:
sudo nano /etc/monkey/plugins.load
basta descomentar a linha (mentendo os espaços em branco):
Load /usr/lib/monkey/monkey-cgi.so
além disso é necessário mudar a conta com que o monkey corre para poder utilizar as libraries do PiFace:
sudo nano /etc/monkey/monkey.conf
(basta mudar de www-data para root)
E finalmente reiniciar o monkey:
sudo service monkey restart
Para testar, colocar na pasta /usr/share/monkey/cgi-bin o ficheiro hello.cgi:
#!/usr/bin/python3
print("Content-Type: text/html") # HTML is following
print() # blank line, end of headers
print("<TITLE>CGI script output</TITLE>")
print("<H1>This is my first CGI script</H1>")
print("Hello, world!")
(eventualmente dar-lhe permissões de execução – sudo chmod u+x)
E aceder por browser: http://192.168.1.123:2001/cgi-bin/hello.cgi
Confirmado o funcionamento, criar 2 scripts para controlo do leão:
É pena que o CGI obrigue a que cada vez que é dado um comando seja reinicializado o python e recarregados os módulos – cada comando demora por isso demora 2 ou 3 segundos. Os melhoramentos ficam para outra altura.
Objectivo: utilizar um Raspbery Pi sem teclado nem monitor nem cabo de rede em momento algum.
Nota: as instruções são para quem usa Ubuntu e deverão servir para a generalidade dos Linuxes mas não para Windows.
Download do Raspbian (neste momento a versão mais recente é a ‘2014-01-07-wheezy-raspbian.zip’) e extrair a imagem (‘2014-01-07-wheezy-raspbian.img’).
Inserir um SD card com pelo menos 4 GB e lançar a aplicação “Disks” (gnome-disks). Seleccionar o SD Card, no meu caso o SD Card é visto como “8 GB Block Device (/dev/mmcblk0)” e carregar em “More Options” (o botão no canto superior direito) e escolher “Restore Disk Image…”
Escolher o ficheiro com a imagem Raspbian (2014-01-07-wheezy-raspbian.img) e esperar alguns minutos que a operação termine. Ficam 2 partições no SD Card:
BOOT
2.9 GB Volume
A segunda partição será utilizada como “/” pelo Raspbian e tem uma estrutura semelhante à do Ubuntu (ambos são baseados em Debian).
Basta editar 3 ficheiros:
[…]/etc/hostname
[…]/etc/network/interfaces
[…]/etc/wpa_supplicant/wpa_supplicant.conf
$sudo nano [...]/etc/hostname
A ideia é ter um nome distinto e reconhecível para podermos depois encontrar o nosso dispositivo no router wireless. Substituí o ‘raspberrypi’ que vem de origem por ‘pitagoras’.
$sudo nano [...]/etc/network/interfaces
Aqui bastou acrescentar uma linha (post-up…) para desactivar a ligação por cabo quando a ligação wi-fi estiver funcional:
auto lo
iface lo inet loopback
allow-hotplug eth0
iface eth0 inet dhcp
allow-hotplug wlan0
iface wlan0 inet manual
wpa-roam /etc/wpa_supplicant/wpa_supplicant.conf
post-up ifdown eth0
iface default inet dhcp
Assume-se IP dinâmico tanto para ligação por cabo como wireless mas pode-se determinar um endereço IP estático (não o fiz ainda por pura preguiça).
Neste ficheiro apenas estavam presentes as duas primerias linhas, o resto foi acrescentado.
ctrl_interface=DIR=/var/run/wpa_supplicant GROUP=netdev
update_config=1
network={
ssid="ID da rede Wi-Fi"
psk="Preshared Key da rede Wi-Fi"
id_str="Descritivo opcional"
}
Com um Wi-Pi para a ligação wireless funcionou à primeira (não testei ainda outros dispositivos mas pelo menos o D-Link DWA-131 deverá funcionar, está a funcionar noutro projecto). Para saber o endereço IP bastou ir ao router ver os devices ligados:
00:0f:13:38:1e:38 192.168.1.123 0 dia 0 hora 01 minuto pitagoras
Para aceder remotamente por ssh:
ssh pi@192.168.1.123
E pronto (no Raspbian a password de origem de ‘pi’ é ‘raspberry’)
O LED #7 acende e apaga segundo a segundo, tudo OK podemos passar ao controlo do motor.
As saídas do PiFace são Open Collector pelo que é necessário um pull up (ligar aos +5 V através de um resistência) para obter algo compatível com as entradas da bridge.
A bridge é alimentada pela bateria Lego Power Functions (usei um cabo Power Functions cortado a meio, aproveitando apenas os 2 condutores exteriores – um para GND e o outro para PWR).
Utilizei um voltímetro para confirmar qual o positivo e qual o negativo – no caso do modelo 8878 da foto acima o selector de velocidade ficou rodado até ao extremo no sentido dos ponteiros do relógio; no modelo 8881 é necessário deslocar o selector no sentido da ficha.
O motor é ligado à H-bridge com a outra metade do cabo anterior, desta vez utilizando apenas os 2 condutores interiores.
O script blinky.py anterior serve para testar mas para controlo manual a partir da shell do python optei por usar estes comandos:
ligar os blocos maiores entre si (o conjunto bateria + Raspberry PI e o Mindstorms NXT) tendo o cuidado de não dificultar a troca de pilhas do NXT nem o acesso aos vários botões e fichas do conjunto:
depois ligar os dois motores e as três rodas (uma roda por motor e uma terceira roda livre que serve apenas para sustentar o Rover e facilitar as curvas à esquerda ou à direita):
e finalmente os cabos, o cartão SD e o adaptador WiFi USB:
Esta foi a primeira versão, serviu para o primeiro video de demonstração mas o comportamento deixava muito a desejar (sobretudo devido ao centro de gravidade muito alto e à roda livre instável. Mais à frente mostrarei versões melhoradas, inclusive com sensores (um Rover para poder ser um robot autónomo precisa de algum tipo de sensor para entender o mundo à sua volta).
1 bateria com ficha USB (PNY PowerPack 5200mAh, à venda na FNAC)
1 cabo USB-MicroUSB (vem com a bateria)
1 adaptador WiFi USB, preferencialmente mini (D-Link DWA-131 à venda na FNAC)
1 cabo USB A-B o mais curto possível (arranjei um cabo «prolongador» USB extremamente curto numa loja chinesa e juntei um adaptador A-B mas há cabos à venda no eBay)
Poderá ser conveniente, mas não indispensável:
1 hub USB 2.0* (à venda na Worten)
1 teclado USB (à venda em todo o lado, na Mediamarkt há uns muito pequenos)
1 rato USB (à venda em todo o lado)
1 monitor/TV com ligação HDMI ou DVI (neste caso é também necessário um adaptador HDMI-DVI)
1 caixa para Raspberry Pi
* infelizmente nem todos servem, há alguns como o Targus ACH114EV que não seguem devidamente as normas e apesar de funcionarem num PC normal não funcionam no Raspberry Pi. Os modelos KUNFT H-088 e Mitsai H-092 funcionam (este último tem inclusive uma ficha para alimentação externa que poderá dar jeito se quisermos ligar dispositivos USB que consumam mais corrente do que o Raspberry Pi consegue fornecer)
É necessário ligar as duas peças mais volumosas (o Raspberry Pi e a bateria) às restantes peças Lego de um modo prático mas sólido. Optei por colar duas vigas Technic a cada uma de modo a poder tratá-las como se fossem blocos Lego normais.
Usei uma cola de contacto própria para plásticos ABS tendo apenas o cuidado adicional de espaçar as vigas a colar com outras peças lego de modo a assegurar que a distância entre as duas respeita os padrões Lego.